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ToggleA diversidade familiar é uma realidade, o que significa que atualmente não existe uma única forma “correta” de estruturar uma família e que as famílias podem ser muito diferentes umas das outras. Além disso, o desejo de ser mãe não compreende o género nem a orientação sexual. É certo que, graças aos progressos da reprodução assistida, muitos casais de mulheres que desejam ser mães podem realizar o sonho de trazer os seus filhos ao mundo com a ajuda e o apoio de profissionais especializados em medicina reprodutiva.
Quando estas mulheres decidem dar o passo e dirigir-se a um centro de reprodução assistida, é normal que surjam muitas dúvidas. Por isso, a nossa missão é oferecer-lhes o nosso apoio e aconselhamento durante todo o processo. A nossa equipa médica estará sempre à vossa disposição para responder a todas as suas perguntas e orientá-las em todas as etapas do processo.
O primeiro passo será oferecer um diagnóstico e adaptar o tratamento à situação específica de cada casal. Por esta razão, é importante que os casais que desejam ser mães conheçam e compreendam todas e cada uma das opções disponíveis para conseguir uma gravidez.
Quais são as opções para os casais de mulheres?
Existem várias opções de tratamentos para os casais de mulheres que desejam ser mães:
Inseminação Artificial com dador (IAD)
Entre os diferentes tratamentos de reprodução assistida, a Inseminação Artificial é o mais simples, porque utiliza uma técnica semelhante à da fecundação natural. Este procedimento envolve a inserção direta de uma amostra de esperma de um dador no útero da mulher que vai engravidar.
Fertilização in Vitro com esperma de dador
A Fertilização in Vitro é um procedimento de reprodução assistida mais complexo do que a Inseminação Artificial. Em primeiro lugar, os óvulos e os espermatozoides são combinados em laboratório. Posteriormente, os embriões resultantes são cultivados durante alguns dias e, em seguida, transferidos para o útero da mulher a fim de continuarem o seu desenvolvimento natural.
Durante este método, as nossas especialistas em embriologia selecionam os melhores espermatozoides e injetam-nos individualmente em cada óvulo com o intuito de melhorar a taxa de sucesso da fertilização.
Método ROPA
O Método ROPA (Receção de Ovócitos da parceira) é uma técnica de reprodução assistida cada vez mais popular, dado que permite a ambas as mães participarem ativamente no processo de gestação. Inicialmente, este tratamento consiste na FIV com os óvulos de uma das mães e, em seguida, na transferência do embrião resultante para o útero da outra mãe. Desta maneira, a mãe dadora fornece a sua célula reprodutora e a mãe gestante fornece o seu útero para o desenvolvimento da gravidez. Em suma, trata-se de uma forma de “maternidade partilhada”, o que representa uma opção ideal para os casais de mulheres que desejam ser mães, porque ambas participam em todo o processo de gestação.
Como é selecionado o dador?
Quando um casal de mulheres decide ter filhos através da doação de gâmetas, é comum que tenham dúvidas e preocupações sobre o processo de seleção do dador. Em Portugal, é importante ter em conta que a doação de gâmetas é não anónima. Por isso, todo o processo decorre sob sigilo médico. Isto significa que os dadores não sabem para quem estão a doar os seus gâmetas e os casais recetores da dádiva também não sabem a identidade dos dadores.
Tal como explícito na Lei n.º 48/2019, de 8 de julho, só “as pessoas nascidas em consequência de processos de PMA com recurso a dádiva de gâmetas ou embriões podem, junto dos competentes serviços de saúde, obter as informações de natureza genética que lhes digam respeito.”
Por consequência, apenas a pessoa nascida do tratamento tem a liberdade de conhecer a identidade do dador quando atingir a sua maioridade, solicitando a identidade civil do dador junto do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida (CNPMA).
Paralelamente, a doação é um ato não só completamente altruísta, mas também na qual os dadores recebem uma compensação. Contudo, esta apenas serve para cobrir as despesas derivadas do processo de doação, como subsídios ou custos de transporte.
Perfil do Dador
No nosso centro, a seleção dos dadores de gâmetas é um processo muito rigoroso. Os dadores devem cumprir uma série de requisitos para entrar no programa de doação, entre os quais ter entre 18 e 40 anos de idade e gozar de boa saúde física e mental. Devem também submeter-se a uma série de testes médicos, genéticos e psicológicos. Por conseguinte, o nosso processo de seleção é um dos mais completos e exigentes, ultrapassando largamente os regulamentos das sociedades de fertilidade e reprodução.
Processo de Seleção
Para garantir que os dadores preenchem os requisitos necessários e que não sofrem de doenças físicas, genéticas ou psicológicas, são submetidos a vários testes.
Em primeiro lugar, é avaliada a qualidade da sua amostra de sémen. Em segundo lugar, é efetuada uma entrevista clínica e psicológica, não só para conhecer o seu historial médico e familiar, como também para excluir doenças hereditárias. Igualmente, são realizados exames médicos exaustivos, incluindo cariotipagem e testes de mutação genética autossómica recessiva. Estes exames garantem que os dadores não sejam portadores das 12 doenças monogénicas autossómicas recessivas mais comuns. Ainda assim, mais de 300 doenças genéticas podem ser estudadas e pode ser feita uma correspondência genética com a mulher receberá a amostra de sémen.
Tudo isto com o objetivo de garantir a máxima saúde e bem-estar das futuras crianças, bem como das suas famílias.
Quem vai eleger o vosso dador?
Certamente, a seleção do dador é algo que preocupa a maioria das pacientes. Assim, em conformidade com a regulamentação em vigor, esta seleção final é feita pela equipa médica com base exclusivamente nos critérios fenotípicos da mãe grávida.