As principais causas de esterilidade: é possível preveni-la?

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Quais são as principais causas da esterilidade? O que queremos dizer exatamente quando falamos de esterilidade? Sabe qual é o número médio de mulheres em todo o mundo que têm este problema? E os tipos de anomalias que podem causar problemas de esterilidade? Respondemos a todas estas perguntas para vos ajudar a compreender que se trata de um problema relativamente comum enfrentado por cada vez mais pessoas em todo o mundo.

O que é a esterilidade e quantas pessoas afeta?

Falamos de esterilidade para nos referirmos à incapacidade de um casal de conseguir uma gravidez quando, após um ano de vida sexual ativa sem qualquer método contracetivo, não a conseguiu em mulheres com menos de 35 anos de idade ou após 6 meses em mulheres com mais de 35 anos de idade. Esta definição é apoiada por estudos demográficos que mostram que 84% dos casais engravidam no prazo de um ano após a tentativa. Esta percentagem atinge 93% dois anos depois.

No entanto, estima-se que entre 10 e 15% dos casais em idade reprodutiva terão alguma dificuldade em engravidar e, a nível mundial, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), isto traduz-se em cerca de 60-80 milhões de casais, e 300.000 em Portugal.

Quais são os sintomas da esterilidade?

O principal sintoma é, obviamente, o aparecimento de dificuldades em conseguir uma gravidez após um tempo de tentativas prolongado. Este seria o indício mais evidente que nos levaria a ter de estudar e avaliar o caso para procurar as possíveis causas de esterilidade.

Em todo o caso, existem outros sintomas que podem manifestar-se de forma diferente nos homens e nas mulheres.

Sintomas de esterilidade nas mulheres

Para as mulheres, muitos dos sintomas podem estar principalmente relacionados com o ciclo menstrual e a ovulação. Por exemplo:

  • Ciclos menstruais irregulares: períodos menstruais demasiado curtos, demasiado longos ou ausentes, que podem ser indicativos de problemas ovulatórios. Pode mesmo ocorrer amenorreia (ausência de períodos menstruais durante vários meses).
  • Hemorragia anormal: A hemorragia vaginal entre os períodos menstruais ou após a relação sexual pode ser um sintoma de problemas no útero ou no colo uterino.
  • Dores durante a menstruação: dores intensas durante a menstruação (dismenorreia) podem ser um sinal de problemas ginecológicos, como endometriose ou miomas uterinos, que podem afetar a fertilidade.
  • Alterações na secreção cervical: Alterações na quantidade ou textura da secreção cervical podem indicar problemas hormonais ou de ovulação.
  • Dor pélvica crónica: A dor na região pélvica pode ser um sinal de endometriose ou de outras doenças que afetam a fertilidade.

Mas, para além dos sintomas relacionados com a menstruação, as mulheres também podem ter outros sintomas, como corrimento esbranquiçado dos mamilos (não relacionado com a amamentação) ou dor durante as relações sexuais.

Sintomas de esterilidade nos homens

Para os homens, por outro lado, os sintomas de esterilidade estão frequentemente relacionados com a produção e a qualidade do sémen. Por exemplo:

  • Problemas de ereção, ejaculação precoce ou ejaculação retrógrada, em que o sémen vai para a bexiga em vez de sair do pénis.
  • Dor nos testículos: a dor crónica nos testículos pode ser um sintoma de problemas nos canais deferentes ou de outras condições que afetam a produção de espermatozoides.
  • Alterações na libido: uma diminuição do desejo sexual ou da quantidade de sémen durante a ejaculação podem ser sinais de problemas de fertilidade.
  • Varicocele: é um alargamento das veias do escroto que pode contribuir para a esterilidade masculina e está associado a dores testiculares.
  • Infeções do trato reprodutivo: as infeções por clamídia ou gonococos podem causar danos no sistema reprodutor masculino e levar a problemas de fertilidade.

No entanto, é importante notar que muitas pessoas podem ter problemas de fertilidade sem quaisquer sintomas óbvios. A única forma de confirmar a existência de um problema de conceção e de determinar as causas da infertilidade é através de exames médicos e de uma avaliação por um especialista.

Quais são os tipos de esterilidade?

Os tipos de esterilidade serão determinados pelo diagnóstico que o especialista faz ao casal. Assim, podemos falar da existência de dois tipos de esterilidade: primária e secundária.

A esterilidade primária é aquela que ocorre em casais que nunca conseguiram engravidar.

A esterilidade secundária afeta os casais que já tiveram uma gravidez anterior e um nascimento com vida.

Quais são as principais causas de esterilidade?

Na secção sobre os sintomas, já abordámos alguns dos problemas que podem causar esterilidade. No entanto, é muito importante notar que a esterilidade não tem necessariamente de ser causada por um único fator, mas pode ser o resultado de uma combinação de fatores num ou em ambos os membros de um casal.

Por isso, recomendamos sempre que um casal que tenha dificuldade em conceber após um ano de relações sexuais desprotegidas procure avaliação e aconselhamento médico para identificar as possíveis causas específicas de esterilidade e avaliar as opções de tratamento mais adequadas ao seu caso.

Causas da esterilidade feminina

Idade avançada

A idade é um fator importante que pode influenciar a fertilidade feminina. À medida que a mulher envelhece, a qualidade e a quantidade dos seus ovócitos diminuem gradualmente. Este facto pode tornar mais difícil engravidar e aumenta o risco de problemas durante a gravidez. Normalmente, a fertilidade diminui significativamente depois dos 35 anos, e este declínio torna-se mais pronunciado depois dos 40.

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Problemas de ovulação

Um dos fatores mais comuns da esterilidade feminina é a disfunção ovulatória. Isto pode incluir falta de ovulação ou uma ovulação irregular. Condições médicas como a síndrome de ovário poliquístico (SOP) e a insuficiência ovárica prematura (IOP) podem afetar a regularidade da ovulação.

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Anomalias uterinas

A existência de anomalias uterinas congénitas, como um útero septado ou bicorno, pode afetar a capacidade do útero para manter uma gravidez. Outras anomalias, como pólipos endometriais, miomas ou aderências uterinas, podem também interferir com a implantação do óvulo fertilizado.

Pensa-se que cerca de 3% das mulheres que sofrem de problemas de esterilidade ou de perdas recorrentes de gravidez podem estar associadas a uma forma irregular do útero ou a anomalias congénitas do mesmo.

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Endometriose

A endometriose é uma doença em que o tecido que normalmente reveste o útero (endométrio) cresce fora do útero. Isto pode causar cicatrizes, aderências e danos nos órgãos reprodutores, dificultando a conceção.

Perturbações nas Trompas de Falópio

As trompas de Falópio desempenham um papel muito importante no processo de fertilização, uma vez que são o local onde o espermatozoide encontra o óvulo. Se as trompas estiverem bloqueadas ou danificadas devido a infeções anteriores, endometriose ou cirurgias pélvicas, isto pode dificultar ou impedir a fecundação do óvulo.

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Causas da esterilidade masculina

No caso dos homens, é essencial compreender os fatores que podem afetar o funcionamento normal do aparelho reprodutor masculino, para que se possa encontrar a solução mais adequada para cada caso. Entre as causas da esterilidade masculina encontram-se as seguintes:

Problemas na produção de espermatozoides

A baixa produção de espermatozoides (oligozoospermia) ou a ausência total de espermatozoides no sémen (azoospermia) são causas frequentes de esterilidade. Isto pode dever-se a problemas hormonais, infeções, varicoceles ou fatores genéticos.

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Qualidade do sémen

A qualidade do sémen é essencial para a fertilidade masculina. Uma mobilidade e morfologia inadequadas dos espermatozoides podem impedir a sua capacidade de alcançar e fertilizar um óvulo.

Obstruções nos canais deferentes

São bloqueios que impedem os espermatozoides de chegar à uretra a partir dos testículos.

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Fatores ambientais e de estilo de vida

O estilo de vida, como o consumo excessivo de álcool, o tabagismo, o consumo de drogas ou a exposição contínua a toxinas ambientais, pode afetar a qualidade do sémen e, consequentemente, a fertilidade masculina.

 

Como é que a esterilidade pode ser prevenida?

É importante referir que, embora existam medidas preventivas que podem reduzir o risco de esterilidade em alguns casos, nem sempre é possível evitar esta condição. A capacidade de conceber depende de uma série de fatores, incluindo condições médicas pré-existentes, congénitas e outras causas subjacentes que podem estar fora do nosso controlo. Em muitos casos, a esterilidade pode ser o resultado de condições médicas ou problemas biológicos que simplesmente não podem ser evitados. Mas há algumas medidas que podem ser tomadas para reduzir o risco e manter uma boa saúde reprodutiva, tanto nos homens como nas mulheres:

Manter um estilo de vida saudável

Os cuidados gerais de saúde podem influenciar a capacidade de conceber. Manter um peso corporal saudável, evitar fumar, o consumo excessivo de álcool e o consumo de drogas são fatores que podem ajudar a manter a saúde reprodutiva em condições ótimas.

Proteja-se das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST)

As DST, como a clamídia e a gonorreia, podem causar danos no sistema reprodutor, tanto nos homens como nas mulheres. A utilização de práticas sexuais seguras e o controlo de possíveis infeções podem ajudar a prevenir problemas de fertilidade.

Exames médicos regulares

Os exames médicos regulares podem ajudar a detetar e tratar doenças que podem comprometer a fertilidade, como a síndrome de ovário policístico (SOP) nas mulheres ou os problemas hormonais nos homens.

Evitar a exposição a agentes tóxicos

A exposição a produtos químicos tóxicos, a radiações e o contacto com outras substâncias nocivas no local de trabalho ou no ambiente podem afetar negativamente a saúde reprodutiva. É importante tomar todas as precauções possíveis.

Planeamento familiar e educação sexual

Considerando que a idade é um fator determinante, uma educação sexual e um planeamento familiar adequados podem ajudar os casais a compreender a sua própria fertilidade e a tomar decisões informadas sobre quando e como engravidar.

 

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